quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Probleminha na partida a frio

Agora o clima já está quente, estou fazendo este post "atrasado".

Minha TR4 tem um problema quando abastecida com álcool, provavelmente derivado do sistema de alimentação Flex. Ela só injeta gasolina na partida a frio abaixo dos 20 graus Celsius, enquanto outros carros injetam logo abaixo de 25.

Isto deve ter fundamento no controle de emissão de poluentes. A partida a frio com álcool funciona muito bem acima de 24 graus (sem injeção de gasolina) e também com tempo bem frio, porque aí o injetor sempre trabalha.

O problema é quando o ambiente está numa temperatura muito próxima de 20 graus: 20, 21, 22, às vezes até 19 graus. O injetor não atua. E o carro não pega. Alguns carros a álcool pegam com dificuldade sem o injetor, mas a TR4 não pega mesmo.

Depois de umas três tentativas longas, o motorzinho acaba se dignando a injetar gasolina e o carro pega de primeira. Ou seja, nunca fiquei "na mão" por isso, mas é chato. Parece que você tem um carro esculhambado, que demora a pegar de manhã...

Eu acho que acontece o seguinte:

a) O motor mantém o ar um pouco morno dentro do sistema de alimentação;
b) O sensor de temperatura sente o ar morno e orienta o sistema a não injetar gasolina;
c) Ao dar a partida, o ar morno dá lugar ao ar frio do ambiente, que não propicia combustão do álcool;
c) Depois de duas tentativas e uma pausa, o sensor de temperatura lê o ar frio e a ECU ordena a injeção.

Perguntei na concessionária se existe alguma regulagem para tornar a injeção de gasolina atuante em temperaturas mais altas, e disseram que não, que era um "problema conhecido" e o técnico me orientou a "bombar" o acelerador -- uma técnica que só funcionava com carro carburado a álcool, o único possível benefício disso é apressar a troca pelo ar frio no coletor.

Para não me aborrecer mais, passei a colocar 10% de gasolina no álcool, e depois acabei me conformando em rodar 100% gasolina o tempo todo, porque o preço do álcool voltou a ficar absurdo e estou fazendo muitos trechos curtos ultimamente, aí a diferença de consumo entre álcool e gasolina fica ainda pior.

Chato que é justamente no inverno que o álcool fica um pouco mais barato. Do ponto de vista da saúde do motor, o álcool vai melhor no verão porque mais volume de combustível refrigera melhor o cabeçote, mas o álcool também fica muito mais caro.

Acabei não mencionando o problema nesta revisão, mas em algum momento acho que uma solução terá de ser dada. Pensei até em colocar uma chave manual para rodar o motor da injeção, como era o caso do carros a álcool dos anos 80.

Revisão dos 50.000km

Depois de escapar de uma troca de óleo, chegou finalmente a revisão dos 50 mil, sem detalhes a resolver, exceto um que se manifestou no inverno e vai ser objeto de outro post.

Agora oferecem três opções de revisão de preço fixo: "básica", "recomendada" e "completa". Basicamente um cabo-de-guerra entre a empurrometria e o pão-durismo. Optei pela versão intermediária e solicitei como adicional que trocassem o filtro de ar, pois andei muito em estradas poeirentas nos últimos 10 mil km.

Depois me ligaram oferecendo trocar o filtro do ar-condicionado e higienizar o sistema de climatização, exatamente o item que está na revisão "completa" e eu tinha rejeitado, por achar que tinha sido feito na outra revisão. Disseram que a oficina olhou o filtro e achou-o bem saturado. Aceitei meio a contragosto (vendedores sabem que as pessoas não gostam de dizer não).

A revisão fixa sairia 450, no total deu 1050. Nisto estava o filtro de ar extra, é claro.

Não foi dinheiro de todo jogado fora porque, ao que parece, minha memória falhou e não tinha sido feito nada no ar-condicionado aos 40 mil km. Está gelando consideravelmente mais agora, então pelo menos o técnico não mentiu.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Troca de óleo apenas a cada 10000km

Sempre procurei respeitar a orientação de troca de óleo a cada 5000km. Não com a mesma pontualidade das revisões a cada 10000km, porque era claramente uma medida de conservadorismo, não uma necessidade imperiosa.

Normalmente o óleo não estava com má aparência ao ser trocado (já em outros carros, o óleo estava realmente um melaço ao avizinhar-se o prazo), o grosso da minha quilometragem é em estrada (não pego trânsito pesado com freqüência), e o próprio manual diz que pular esta troca de óleo não invalidaria a garantia de 2 anos.

Mas na última vez que fui à concessionária, há umas duas semanas, surpresa! A troca intermediária foi abolida. Agora é apenas a cada 10000km ou 6 meses, junto com a respectiva revisão.

O bolso e o meio-ambiente agradecem, é mais um item do esforço da MIT Brasil em diminuir o "TOC" - custo total de propriedade dos veículos por ela comercializados.

Não sei se as TR4 pré-flex também entraram neste novo esquema. É uma questão de perguntar na concessionária.

domingo, 7 de julho de 2013

Revisão dos 40.000km

A revisão foi "sem eventos", de extra mandei fazer apenas alinhamento e balanceamento.

Parece haver uma nova política nos preços de revisões, com preço fixo e relativamente camarada, e incluindo os materiais, como o óleo do motor. Minha revisão custou 1.100 reais, estava me preparando psicologicamente para algo perto de 2 mil. Talvez na temível revisão de 80 mil :)

Já de olho numa possível troca de carro no longo prazo (L200? Dakar? Full?) constatei que os valores estão bem aceitáveis para toda a linha MIT, a ponto da revisão de 40 mil da Pajero Full ser mais barata que a da TR4.

É uma tentativa mais arrojada de acabar com aquela má fama persistente de carros japoneses e principalmente coreanos (revisão cara por ser feita obrigatoriamente nas concessionárias da marca, já que poucos mecânicos independentes sabem mexer nestes carros.)

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Quatro Rodas faz justiça tardia à TR4


A última edição da revista Quatro Rodas traz uma análise detalhada do Suzuki Jimny. E também uma análise resumida de quatro "jipes urbanos" ou "jipes para mulheres" -- Ecosport, Duster, Jimny e TR4.

O Jimny -- que é o Samurai rebatizado e maquiado, assim como a TR4 está para a Pajero iO/Pinim -- foi bem avaliada. Não que o venerável Samurai merecesse outra avaliação. Mas é bom lembrar que a Suzuki Motors é representada no Brasil pelo mesmo grupo da Mitsubishi Motors (os Souza Ramos).

A surpresa mesmo foi constatar quão positivamente a TR4 foi avaliada. A revista deixou bem claro que ela é  a "irmã maior" desse pelotão e o melhor custo/benefício, em particular se o motorista pretende mesmo fazer off-road.

Para mim foi surpresa mesmo porque, historicamente, a Quatro Rodas tem uma "pega" com Mitsubishi. Não sei o motivo. Um conhecido me disse uma vez que é devido ao fato da MIT Brasil (leia-se: Souza Ramos) não cede carros para a QR testar. Se de fato a briga é por motivos "políticos", o Jimny ser bem avaliado constitui surpresa dupla.

Para ser honesto eu sempre achei a QR tendenciosa. Nos anos 80 e 90 ela avaliava muito bem os Fiat, em contraste com o que se ouvia "nas ruas" a respeito dos carros desta montadora. Os motivos disto eu ignoro. Pode ser pelo aspecto tecnológico mesmo, eu tenho um amigo que também é fã de Fiat. Segundo ele, é uma montadora "corajosa", que traz novidades tecnológicas antes das outras, e paga o preço do early adopter. A maior "prova" desta hipótese seria o Fiat Tipo, um carro muito moderno para a época, e muito problemático também.

Se a QR tiver este mesmo viés early adopter, a explicação está na mão. TR4, Jimny e mesmo os outros utilitários da Mitsubishi são notoriamente conservadores. Por esta lógica, os melhores carros hoje seriam, talvez, os da Hyundai (que particularmente não aprecio).

Também restou afirmado que a TR4 é o carro-chefe da MIT Brasil. Como donos de TR4, isto nos deixa muito felizes e também tranquilos, já que carro em produção e frota crescente significa serviços e peças prontamente disponíveis, e depreciação mais "maneira".

Dentro deste contexto, a "TR2", versão sem transmissão 4x4, é o carro-chefe de vendas. Não é algo que me faça feliz, os puristas torceram o nariz, mas como eu já disse antes, faz todo o sentido a MIT Brasil tirar proveito desse mercado aquecido de SUVs. Não faz sentido tentar manter o carro "puro" e deixar o dinheiro em cima da mesa para as outras montadoras.

Veja quantos Tucson estão rodando por aí -- um automóvel que pessoalmente acho feio e "a cara da riqueza". Mas vende! Uma MIT financeiramente saudável interessa a todos nós e que se vendam muitas TR2 para "subsidiar" as TR4 "puras". (Porque eu aposto que a diferença de preço é bem menor que o custo da transmissão 4x4). No mínimo absoluto, as TR2 são muito mais bonitas que os demais SUVs que as montadoras teimam em tornar tão arredondados e parecidos entre si (até a RAV4 caiu nessa vala comum [1]).

Achei curioso também que a TR4 é o jipe preferido das mulheres, por ser mais alto.

Aliás, li em algum lugar que quase toda a suposta inabilidade da mulher ao volante é simplesmente pelo fato da mulher ser, na média, mais baixa que o homem. (Média de altura nos EUA: 178cm para homens, 162cm para mulheres. Uma diferença apreciável.)

A visão espacial, em perspectiva, é melhor quando se enxerga mais alto. (Se você duvida, tente avaliar a distância de um objeto distante com a cabeça rente ao chão.) Se um carro "normal" foi pensado na altura ideal para um homem, um jipe tem altura ideal para uma mulher. E de fato minha esposa, com poucas semanas de treino, deu-se muito bem com a TR4. Faz até baliza sem usar o truque de baixar o espelho direito para enxergar o meio-fio (eu sempre preciso fazer isso e sempre esqueço de ajustá-lo de novo!).

[1] Eu considero a RAV4 atual um dos carros mais bonitos que há, mas vão estragá-la completamente em nome dessa homogenização. Confira o estrago: http://caranddriverbrasil.uol.com.br/noticias/pre-estreia/toyota-mostrara-novo-rav4-no-fim-de-abril/4386