A pintura automotiva moderna também é bastante resistente, porque é frequentemente maltratada com produtos inadequados, mas nunca ouvi falar de alguém que precisou repintar o automóvel por usar detergente ou cera errados. Na pior das hipóteses, um polimento resolve.
Neste post pretendo falar de cera, mas não custa mencionar en passant que deve-se usar detergente automotivo (em pequena quantidade) para lavar o carro. Na falta deste, sabão de coco. São totalmente desaconselhados o sabão em pó e o detergente de louça.
Exceto pelo esmalte de porcelana (que tecnicamente é vidro, não tinta), toda superfície pintada com tinta é muito sensível e precisa de proteção adicional, fornecida por verniz ou cera.
Aplicar cera é muito mais fácil, mas é um revestimento que dura menos, e deve ser refeito periodicamente. E é por isso que temos de encerar nosso automóvel a cada poucas semanas, sob pena da pintura ir pro saco.
Além de proteger a pintura, a cera dá brilho adicional, porque preenche rugosidades microscópicas da tinta e torna a superfície mais lisa. A água corre mais fácil da lataria porque, como todo mundo sabe, água e cera não se misturam.
Agora, o próximo problema: que cera automotiva usar? Há uma infinidade de produtos no mercado, todos prometendo brilho, durabilidade e facilidade na aplicação.
As opções básicas são as seguintes:
- Cera de carnaúba X cera sintética
- Cera em pasta X cera líquida
- Cera pura X cera limpadora X cera polidora (PERIGO)
A cera sintética não proporciona tanto brilho, porém degrada mais lentamente; alguns tipos chegam a durar quatro meses.
A cera de carnaúba tem outras duas desvantagens: é muito cara e dura. Ceras convencionais (de supermercado) têm pouca carnaúba, para que tenham preço acessível e principalmente para que sejam fáceis de trabalhar. Ceras com alto teor de carnaúba são caríssimas e dificílimas de aplicar, coisa pra profissional que usa máquina para dar o brilho.
Entre as ceras comumente encontradas no Brasil, as pastosas, "de latinha", costumam ter carnaúba. As líquidas ou spray são quase sempre sintéticas. Um bom compromisso é aplicar cera com carnaúba a cada poucos meses, e aplicar cera líquida a cada poucas semanas. A cera sintética protege a camada original de carnaúba.
Infelizmente, é quase impossível achar cera pura no mercado. Todas as marcas conhecidas, em pasta ou líquidas, são ceras limpadoras e contém abrasivos. Aplicar tais ceras acaba fazendo um levíssimo polimento na tinta, portanto não se pode usá-las todo santo dia.
Na prática, antes de correr atrás de uma cera pura no Mercado Livre, eu penso o seguinte:
- Cera pura só pode ser usada num carro perfeitamente limpo, idealmente depois de ser polido, do contrário as sujeiras incrustadas ficam lá, 'por baixo' da cera;
- Na correria dos dias de hoje, dificilmente alguém tem tempo de manter o carro sempre limpo e brilhando. A gente acaba espaçando as lavagens e aí é preciso usar cera limpadora de qualquer jeito para remover coisas grudadas na tinta;
- Milhões de motoristas limpam o carro com cera limpadora, milhares fazem questão de encerá-lo toda semana, e nem por isso as funilarias estão cheias de carros a fim de serem novamente pintados;
- O uso de cera líquida (menos abrasiva) na maioria das aplicações diminui ainda mais o desgaste na pintura.
A cera "perigosa" é a cera polidora, que contém mais abrasivo, com o intuito de realmente polir o automóvel. Polimento é providência extrema para "ressuscitar" uma pintura mal cuidada, não é algo para ser feito a cada seis meses como alguns recomendam.
Há ainda a massa de polir, ainda mais agressiva, que deveria ser banida de supermercados e postos de gasolina, para evitar que alguém compre-a por engano, pensando que adquiriu uma cera.
Olá Boni,
ResponderExcluirSuas recomendações são claras e corretas, parabéns. Permita-me passar minha experiência.
Estou com uma TR4 0 km Prata há três meses. E para minha “sorte” aqui na minha cidade (Rio de Janeiro) estão recapeando as vias. Resultado: O carro ficou cheio de minúsculos pontos de piche grudados na pintura. Em algumas partes não são visíveis, mas mesmo após uma boa lavagem é possível sentir ao passar a mão que a pintura está “áspera”.
Faço o seguinte; após pré-lavar o carro para tirar o grosso da sujeira, passo querosene com uma esponja. Depois lavo bem o veiculo com sabão neutro para retirar qualquer sobra do querosene. Se o dia estiver quente sugiro que o procedimento seja feito em partes para evitar a secagem do querosene na superfície da pintura. Fico atento para ficar limpando a esponja com querosene, pois às vezes satura com o piche dissolvido e passa a espalhar a sujeira.
Atenção! Nunca aplico o querosene sobre as superfícies plásticas e borrachas, isso inclui os faróis e lanternas!
Também costumo aplicar, no mínimo, uma cera liquida da 3M para dar uma proteção adicional já que o querosene limpou a cera anterior.
Faço esse procedimento sempre na sombra e com a superfície fria, lavar carro sob o Sol ou com a chapa quente é muito arriscado.
Vale avisar aos “novatos”: Nunca devemos esfregar com força a superfície do carro. As pequenas partículas de sujeiras impregnando o material usado na limpeza (Pano, Esponja, estopa, etc.) passam a atuar como uma lixa! Carro se lava de cima para baixo e sempre mantendo o “pano” ou equivalente limpo de sujeiras.
Horacio.
talvez eliminando por completo até o momento que se venda seja o envelopamento(para quem gosta),carro fica fosco,mas deve-se tomar muito cuidado quando da retirada deste adesivo,se a pintura for original não se comentam de falta de aderência(descolamento da tinta)mas se seu carro passou por algum retoque antes desse processo de envelopar cuidado ,o risco de remoção da tinta é grande.
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